SPFW: Samuel Cirnansck

Fotos: ® Agência Fotosite

Para fechar bem esse segundo dia de São Paulo Fashion Week, Samuel Cirnansck. A inspiração do estilista para o inverno 2010 foi nos mobiliários do inglês Thomas Chippendale, conhecido por seus móveis pesados e com linhas curvas trabalhadas detalhadamente. Ícone de elegância e glamour, Chippendale abusava de referências francesas, chinesas e góticas.

Pois com tanta sofisticação quanto a de Thomaz, Samuel criou uma coleção de ‘mulheres-móveis’, a qual foi concretizada de modo marcante um vestido com uma mesa de sala de estar pendurada. É claro que tal referência apareceu durante todo o desfile, nas peças “almofadinhas-matelassê’ representavam sofás, travesseiros e almofadas; vestidos bordados remetem à tapeçaria; no styling as modelos usavam abajures como chapéus. Um destaque muito legal fica para o uso de silicone sobreposto à algumas peças.  

Na cartela de cores pretos, brancos, cinzas, beges, dourados, nudes e vermelho aparecem em vestidos curtos e longos, com volumes ou sequinhos, assimétricos ou não. A coleção exuberante de inverno de Samuel com certeza dá uma vontadezinha em todas nós de sermos ‘mulheres-móveis’, mesmo que discretamente!

SPFW: Forum Tufi Duek

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Eduardo Pombal, estilista à frente da marca fez uma coleção e tanto para o inverno 2010 da Forum. A mulher vem sensual e elegante, fendas e recortes mais discretos sobre t-shirts de gazar e seda numa coleção que traz o fetiche (completamente tendência!!) como tema.

Com cintura marcada e minis comprimentos, Eduardo trouxe a sensualidade disfarçada em mangas amplas e presas ao punho, assim como calças presas à panturrilha. O grande hit da coleção foram as chamadas saias-box com texturas e pregas incríveis.

Na cartela de cores muito preto, cinza, marinho, verde, e o pontual amarelo. Os materiais foram o neoprene de seda (que apareceu e destacou looks lindos), musseline, tafetá, crepe de lã e jacquard, que se misturam entre si. Além deles, atenção especial para o couro, que não só apareceu em detalhes, como também foi peça única em saias – numa espécie de couro tratado com efeito acetinado. Paetês também apareceram na coleção. E Eduardo Pombal cada vez mais se consagra como um grande estilista. Quero alguns vários vestidos da Forum.

SPFW: Cori

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Para o inverno 2010 a Cori uniu o trabalho da figurinista Edith Head e a alfaiataria dos anos 60. Gisele Nasser e Andrea Ribeiro mostraram que estão em sintonia e afinadas com as consumidoras da marca.

A alfaiataria aparece com lã de tons escuros criam jaquetas, blazeres e capas que com recortes ressaltam o corpo da mulher, e que se transformam em mini vestidos. Os ombros aparecem arredondados, calças skinny e blusas aparecem em couro maleável.  Calças oversized e macacão justo também estão na coleção.

Num salto aos anos 80, as peças ganham um ar sexy, e uma estampa animal bordada sobre gazar de seda é destaque. A cartela de cores tem o preto, o chumbo, o roxo e o off-white.

E o acessório mais bacana é o cinto em malha metálica com fivela em forma de laço, bem moderno e romântico. Para a WishList já!

SPFW: Alexandre Herchcovitch – Feminino

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Alexandre Herchcovitch foi buscar novas texturas no Leste Europeu para o inverno 2010 e conseguiu um mix de etnias, pedras preciosas, turbantes, estampas multicoloridas – algumas até com relevo –  cores e bordados russos e silhueta que lembra armadura. A impecável alfaiataria do estilista veio high low nessa estação, e fez dessa um desfile de tirar o fôlego.

É claro que apesar da delicadeza folk, o estilista traz um pouco do punk através de tachas, botas com fivelas, correntes de metal que pareciam de madeira, tecido rasgado, crochê com fios de cristal e sininhos, mas tudo de um modo bem chique. As mangas vêm com volume, as calças surgem com transparências e barras bordadas, o xadrez aparece em poucos looks, bordados na lã parecem rendas. Pra completar a mistura, maxi paetês e estampas que lembram mosaicos russos. Para deixar os fashionistas ainda mais apaixonados pela coleção, Alexandre trouxe vestidos, blusas e calças de crochê bordados em uma silhueta estruturada.  

Não tem como negar, assim como mostrou na Rosa Chá, Alexandre Herchcovitch sabe como agradar seus fãs.  

SPFW: Maria Garcia

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A marca Maria Garcia traz o tema “Street Chic Anos 90” para o inverno 2010. Sob o comando de Camila Cutolo, a segunda marca da Huis Clos é para meninas que passaram a adolescência nos anos 1990.

Sem decotes óbvios, ou mini-saias, a coleção é feminina mas com peças que podiam ser de meninos, como shortinhos, jardineiras e macacões em tecidos leves como georgette de seda. Mas também tem um pouco de streetwear com o moletom, e roupas para festas com bordados e lurex.    

Destaque para as  jaquetas estruturadas e os vestidos rosa-shocking e vermelho. A menina de Maria Garcia está mais segura do que nunca, ousando cada vez mais não só nas formas, mas também na atitude.

SPFW: Reinaldo Lourenço

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Para o inverno 2010 Reinaldo Lourenço inspirou-se no militarismo da década de 1940 e também nas mulheres de oficiais dessa época em coquetéis cheios de honrarias.

Do militarismo vêm os melhores looks da coleção em lãs caneladas aparecem em jaquetas com couro, calças sequinhas – mas com boca larga num estilo setentinha – ombros em destaque, bolsos utilitário, zíperes, coletes, saias e botas em uma cartela de cores de verdes.

Dos coquetéis delicados vestidos até o joelho, com babados, flores de organza, renda guipure bordada com cristais, jacquard com arabescos, e transparências. Esses representam a vitória da luz, a celebração da espiritualidade, a diferença entre culturas que o estilista desejava passar.  

Reinaldo Lourenço mais uma vez produziu uma forte imagem de moda, e ao mesmo tempo criou peças que estarão na WishList de muita gente!

SPFW: Maria Bonita

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Maria Bonita deu inicio ao segundo dia de SPFW no Sesc Pompéia. A inspiração não podia ser mais adequada, é a arquiteta modernista Lina Bo Bardi, criadora do espaço onde rolou o desfile. Uma coleção de formas puras entretanto minimalistas e sofisticadas tomou conta do inverno 2010 da grife.  

A estilista Danielle Jensen pegou a imagem de concreto trabalhado com leveza de Lina e transformou em looks feitos com placas de tecidos encorpados, e volumes assimétricos. Das fiações e outros elementos, a estilista trouxe peças teladas, construções coloridas e transparências. Através de fendas e recortes as peças são unidas e dão nova forma ao corpo da mulher. Para dar mais riqueza ao seu excelente trabalho, Danielle se baseou na tendência do sportwear e criou abrigos e calças – estilo jogging – e um maxipull de quadrados transparentes que merece destaque. Os vestidos da coleção são fluidos, porém pesados, com recortes coloridos, alça de um lado e manga aberta no outro.

 Danielle se destaca como arquiteta da moda num desfile sofisticado, bonito e especial.

SPFW: Colcci

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Sem a ubermodel ‘nova-mamãe’ Gisele Büdchen e o galã Rodrigo Hilbert, a Colcci trouxe para as passarelas as tops Angels Alessandra Ambrósio e Izabel Goulart, e o também galã  Cauã Reymond.  A marca com certeza conhece seu consumidor, e cria coleções que serão  sucesso de vendas.

A coleção de inverno foi inspirada em viajantes urbanos e trouxe maxi tricôs em maxi pullover, ponchos de lã, e manguinhas soltas. O militarismo também aparece aqui no uso de verdes, jaquetas jeans com volumes nas mangas e golas, e jeans skinny com lavagens detonadas.  Um clima naturalista traz peles sintéticas, tecidos detonados, tié-dyes gastos em vestidos de seda e em veludos molhados.

Aparentemente uma coleção mais madura e com mais informação de moda, mas sem deixar de ser comercial.

SPFW: Rosa Chá

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O desfile da Rosa Chá era um dos mais esperados. E veio com um mix de roupas de mergulho com lingerie a primeira coleção feita por Alexandre Herchcovitch para marca. O que une os dois assuntos? Segundo o estilista, as peças têm que ser justas.

A partir da ideia criou biquínis, maiôs, e bodies em tons de pele e detalhes estampados como se fossem rendas pretas, como nas lingeries antigas, trazendo para a coleção um ar vintage e romântico. O fetiche também apareceu, na cor preta em maiôs, biquínis, vestidos, blusas e macacões. Estampas aquareladas em lugares específicos foram misturadas à rendas e modelagens estilo corsetaria. Através delas, ou até do patchwork de tule, as linhas do corpo foram redefinidas e remetiam à roupa de mergulho.  Recortes, vazados, apliques e cristais apareceram em várias peças. E se tanta inspiração parece pouca, o grande investimento da grife são as roupas, vestidos, saias e paletós com nós enfeitando, tal ideia  surgiu das cangas e suas amarrações.

A ousadia de  Herchcovitch trouxe uma coleção inteligente para as passarelas do primeiro dia da SPFW. Alias já ganhou o título de desfile do dia entre os fashionistas.

SPFW: Mario Queiroz

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Mario Queiroz inspirou-se em Londres para construir seu inverno 2010. A grande mudança foi a cartela de cores, até então raramente explorada pelo estilista, na qual os tons primários dominam,  como amarelo, vermelho e azul que apareceram em jaquetas, casacos e calças de matelassê. Além deles o preto, o branco, tons de vinho e mostarda também aparecem.

Em um cenário de grafismos luminosos e partindo da desconstrução da bandeira do Reino Unido, Mario converteu as faixas em listras, xadrezes, quadriculados, e losangos. O ponto forte do estilista continua sendo na alfaiataria ousada. Fendas, coletes, calças largas, camisetas e camisas, cardigans, suéteres e acessórios como chapéus, gravatas e suspensórios. Destaque para os últimos looks. Mario trouxe para o aquecer o inverno uma coleção jovem e urbana. 

SPFW: FH por Fause Haten

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Cheia de informações. Assim é definida a coleção de inverno da grife FH por Fause Haten. Numa mistura de moulage, desconstruções, estampas (onças, florais, pied de coq), tie-dye,  paetês, peles, franjas, plumas, drapeados, bordados e leggings coloridas. Tudo sobreposto. O estilista define sua coleção assim: “É uma coleção de nãos. Pensamos no que nunca colocaríamos num mesmo look, e colocamos”.

Sem tema definido, o estilista  colocou na passarela roupas para o dia. Calças oversized, vestidos soltos e desestruturados, casacos acinturados, saias, blusas, túnica com paetês dourado, meia calças com estampas de peles animais e leggings coloridas. O único problema de brincar de sobreposições é que muitas vezes se esconde o que deveria ser ressaltado, boas peças acabaram sendo ofuscadas pelo exagero e proporções diferentes.

Portanto, Fause Haten trouxe para sua FH o caos numa coleção contemporânea. E como não bastasse se divertir criando looks únicos, acompanhado por músicos, o estilista cantou clássicos dos anos 40. Com certeza esse desfile vai virar um clássico também na história de Fause.

SPFW: Priscilla Darolt

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A coleção de inverno de Priscilla Darolt foi inspirado no fetiche e no esporte. Do primeiro os corsets e forma tulipa. Do segundo os materiais que deram um toque futurista à coleção.

A estilista trabalhou com modelagem arquitetônica. Atraves de tiras rígidas criou casacos e vestidos. Com velcro, náilons, cadarços, couro, camurça e passadeiras de borracha montou vestidos, golas e ombros armados com a técnica de moulage. A cartela de cores é composta de branco, preto, cinza e tons de azul e roxo.

Mas Priscilla não faz apenas conceito. Vestidos de náilon justos ao corpo, ou vestidos-corsets de cetim de seda e tela de algodão com amarração nas costas, ou vestidos soltinhos com estampas de orquídea trazem o lado mais comercial da coleção. Além desses,  saias lápis, blusas e blazers estampados completam o inverno 2010 da estilista.  Uma coleção criativa, uma estilista a ser notada. 

SPFW: Osklen

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Se estamos acompanhando a temporada de inverno 2010, porque não se inspirar na estação oposta? Foi o que Oskar Metsavaht fez para a Osklen: trouxe o verão! Com uma abordagem pra lá de conceitual.

 O começo do desfile trouxe peças que desconstruíam a forma do corpo e criava volumes. As modelos pareciam estar dentro de armaduras, ou caixas, feitas de feltro, tressês de palha de seda, e algodão. Em seguida biquínis, maios, sungas, vestidos, shorts e calças típicos do verão, mas feitos de feltro que dificultam a mobilidade.  No fim do desfile vieram mais dobraduras e geometria.

A melhor parte do desfile ficou para os tricôs, que vieram tanto molinhos como grossos, com listras ou monocromático. As botas também em feltro com estamparia também merece destaque.

A cartela de cores foi predominantemente neutra com preto, off white, marrom, caqui, pontuados por laranja, rosa, vermelho.

Oskar trouxe uma coleção tão conceitual, que quase complicou, mas não perdeu suas inovações, que tantas vezes trouxeram sofisticação a Osklen.

SPFW: Cavalera

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Na Galeria do Rock a Cavalera dá inicio ao São Paulo Fashion Week reassumindo sua vocação: o rock. Com trilha ao vivo de Igor Cavalera a marca traz o tema “Sexo, Moda e Rock’n’Roll” para sua coleção de inverno 2010.

O desfile deu destaque ao jeans – peça que todo mundo adora! – com lavagens chamadas de “empretecidos” cinzas, skinny,  e detalhes resinados preto e dourado.  O rock’n’roll apareceu em tachas, t-shirts de bandas, moletons, e camisas nas cores pink, verde e azul que se destacam no meio do dominante preto.

Para os meninos a marca propõe a alfaiataria em lã, calças de cavalo baixo, paletós, e como estampa o xadrez largo. Já para as meninas, vem do fetiche os corsets e bordados combinados com renda, shorts e vestidos curtíssimos.

E o toque especial ficou para os modelos-personagens-reais da Galeria do Rock, que pareciam estar apenas passeando em seu habitat natural e não desfilando roupas da coleção.