SPFW: Lino Villaventura

Fotos: ® Agência Fotosite

Lino Villaventura disse em seu release “calcei as sandálias de Hermes e voei na imaginação”. Foi assim que fez tudo o que gosta e sabe fazer muito bem como um verdadeiro artesão: torceu, bordou e pintou seus materiais favoritos: renda, tule, gaze, seda e organza.

A novidade é que criou suas modelagens em roupas também, trazendo tailleur sequinhos, paletó acinturado com saia na altura do joelho e efeitos matelassê. Os vestidos de festas vieram sexy e curtos, para clientes mais jovens. Mas com seus plissados, bordados, plumas e construções incríveis.

Lino  não é só técnica e informação, ele faz a moda da sua imaginação e é isso que encanta suas clientes.

SPFW: Wilson Ranieri

Fotos: ® Agência Fotosite

A alfaiataria ganha destaque no inverno de Wilson Ranieri. Sempre trabalhando com moulage, o estilista deu um toque bem feminino a coleção.

Wilson brinca com as construções e volumes. Saias amplas viram calças, mangas de blusas e casacos vêm grandes, blazers aparecem encurtados. Vestidos com volumes e detalhes são de malha fininha cinza ou rosa ou xadrez, outros são encorpados com o tweed.

Contrapondo tecidos planos em cinza ou rosa com outros sintéticos reluzentes, ele trabalha com brilhos e opacidades de forma interessante, se arriscando na criação de formas nada convencionais.

Um trabalho delicado, cheio de leveza e autoral ao mesmo tempo.

SPFW: Neon

Fotos: ® Agência Fotosite

Dudu Bertholini e Rita Comparato, à frente da Neon, viajaram ao Panamá para criarem a coleção de inverno. Principalmente às molas com desenhos de animais – artesanato local feito com a sobreposição de várias cores de algodão. A coleção inteira é dedicadas aos bichos.

Na passarela um leão gigante de madeira antiga observava os outros bichos desfilarem, e teve coruja, elefante, beija-flor, flamingo, morcego, zebra, arraia e tucano – na roupa!! O flamingo e o beija-flor apareceram na forma de macacão super justo; num kaftã a coruja; num vestido-capa de couro surge a arraia; o morcego vem numa capa preta; em vestidos de um ombro só vieram o tucano e a zebra; um casaco com ‘dentes’ representam o rosto do elefante; tudo isso de um modo extremamente criativo. Para acompanhar a bicharada modelos – caçadoras do bem com referências inglesas entraram com saia-lápis, turbante de couro e estampa pied-de-poule. Apareceram também modelagens amplas. Calças tipo cenoura e pescador em camurça, chita e seda.  O poncho aparece como vestido, a legging vem preta e básica, e tem até saia bandagem e tricô.

Elegante, sofisticada, selvagem e exuberante e bem-humorada. Assim é a coleção de inverno da Neon.

SPFW: Jefferson Kulig

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Jefferson Kulig propôs para o inverno 2010 uma moda para todas as mulheres do mundo. “Não existe mais um só estilo, uma só tribo, uma só mulher”, disse o estilista.

Formas estruturadas vieram com soltinhas, assim como o tecido emborrachado TK veio com o tweed de sisal. Elementos tribais em formas futuristas estruturadas. O objetivo era fazer uma mistura de referências. Tecidos leves, até transparentes apareceram em ombros estruturados e arredondados e em golas altas, contrapondo vestidos soltinhos. A série de vestidos de jérsei drapeados e com maxi paetês que fecha o desfile é muito boa.

O inverno de Jefferson Kulig uniu tudo numa coisa só, num verdadeiro jogo de contrastes, sendo considerado um dos melhores momentos da carreira do estilista.

SPFW: Oestúdio

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Um vídeo conceitual junto com uma coleção de moda? Sim, foi assim que Oestúdio fez, e ainda com mensagens de impacto sendo reproduzidas.  Os estilistas explicaram: “Hoje não desfilaremos uma coleção, desfilaremos o início de uma concessão para que todos saiam daqui com suas próprias palavras”. Numa mistura de tecnologia e moda, algumas coisas perderam o sentido.

Dois modelos entram com camisões de flanela xadrezes, calças curtas e coloridas de roxo, laranja e verde e botinha com franjas. De repente a imagem de uma criança de 11 anos, deficiente física, é projetada em meio à passarela virtual, com a seguinte legenda:  “Com paralisia cerebral, ninguém conseguiu criar um colete capaz de sustentar seu corpo”. Daí o colete preto de sustentação do menino vai para o corpo da modelo, e o intuito era fazer pensar. Além disso, túnicas em preto com capuz, bermudas de alfaiatarias, maxi moletons de zíper.

Apesar de complexo para que cada pessoa interprete as roupas à sua própria maneira  

SPFW: Alexandre Herchcovitch Masculino

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Parece que esta temporada é mesmo de Alexandre Herchcovitch, primeiro com a Rosa Chá, depois em sua coleção feminina e agora na masculina. Foi inspirado no filme “O Sétimo Selo”, do sueco Ingmar Bergman, que o estilista abriu o penúltimo dia de SPFW com a obscuridade do filme em sua coleção.

O filme + o tema morte traz as passarelas modelos com cara pintada de caveira (não só pelo significado, mas também por ser a marca registrada de Alexandre). Os primeiros looks trazem capas, calças e camisas pretas transparentes que são sobrepostas. O tabuleiro de xadrez aparece convertido em estampa em camisa, calça, paletó e até numa saia que lembra o kilt escocês. Depois vêm os looks pretos com alfaiataria ampla e boa modelagem num verdadeiro jogo, cintos aparecem pela metade jaquetas viram trench-coats que viram ponchos que viram capa, para quebrar um pouco o black total aparecem estampas em p&b. Calças oversized, com barras dobradas e cós alto fazem referencia à Morte, e listras remetem ao diabo. Fios de lurex em moletons dão um brilho diferente ao tecido. No final casacos com fendas e zíperes aparecem em casacos pretos com capuzes representando a Morte.

Alexandre Herchcovitch trabalhou sobre um tema o qual é mestre! E muito bem!