About Diana Vreeland

A partir desse post vou dar início a uma coluna que irei tentar publicar toda semana aqui no blog. About… vai contar um pouquinho da história de algumas personalidades da moda.

Para o primeiro escolhi Diana Vreeland. Olha só o por que…

Diana Vreeland sempre foi sinônimo de ícone da moda internacional, foi editora das duasmaiores publicações editorais da área, e ficou conhecida por sua criatividade e forte temperamento. E por que ela é icone? Simples. Ela praticamente inventou a carreira de editora de moda, mas não qualquer editora, não informava apenas as novidades, ela tinha um senso crítico e apurado para saber o que seria tendência num futuro.

Diana nasceu em 1906 na cidade de Paris. Filha de socialite se mudou com sua família para para Nova York aos oito anos de idade. Conta a história que sua mãe a julgava feia e a comparava o tempo todo com a irmã. Talvez por isso, quando adulta, rendeu-se a um visual um tanto extravagante. Em 1924 casou-se com o banqueiro Thomas Vreeland, durante a crise de 29 mudaram-se para Londres, onde e lá começou um negócio de lingeries e manteve-se dentro da alta sociedade. 

Em 1937 voltou a NY e virou colunista de uma das mais importantes revistas de moda, a Harper’s Bazaar, em 1939 tornou-se editora de moda em 1939. Começou escrevendo a coluna Why Don’t You…? (Por que você não…?) onde ela dava dicas absurdas como: Porque você não lava seus cabelos claros do seu filho com o champanhe que sobrou de ontem à noite? Ou Porque você não usa 3 diamantes presos no cabelo como a Duquesa de Windsor? Alias a coluna virou livro, todos os Why don’t you estão lá.

            

Carmen Snow e Diana Vreeland na Harper’s Bazaar

Fez um trabalho brilhante, e trabalhou por 25 anos lá.  Em 1962 assumiu o cargo de editora-chefe da Vogue onde trabalhou até 1971, revolucionando o jornalismo de moda e transformando a Vogue na revista mais importante de moda, “a Bíblia da moda”, uma leitura obrigatória para quem é da área. Recebia um salário altíssimo e tinha, além de um motorista para buscá-la em casa todos os dias, crédito para comprar as roupas que quisesse.

Editorial para Vogue edição de setembro de 1967

Diana vivia descobrindo talentos e impulsionando a trajetória profissional de modelos, fotógrafos e estilistas. Imortalizou Twiggy, Marisa Berenson, Verushka, Lauren Hutton, Barbra Streisand e Anjelica Huston. De fotógrafo podemos destacar Richard Avedon, com o qual fez belíssimos editoriais.

E para quem assistiu O Diabo veste Prada, lembram da Miranda? Pois é, Diana tinha a fama da Diaba,  nada fácil de se lidar, fazia drama por qualquer coisa e levava os funcionários à loucura. Com cabelos pretos sempre com o mesmo corte, batons e esmalte vermelhos, e impecavelmente vestida sempre. Excêntrica não apenas no visual, mas em todo o resto: seu apartamento e seu escritório (na Vogue) eram vermelhos, almoçava sanduíche com pasta de amendoim e tomava uísque, fumava muito, odiava reuniões e dava ordens por telefone ou através de memorandos ditados às assistentes. Bem Miranda mesmo.

Em 1971 foi demitida da Vogue por excesso de criativade – e por ter estourado o orçamento da revista. Depois de uma humilhada saída passou seis meses viajando o mundo.  Quando voltou tornou-se consultora do Costume Institute of Metropolitan Museum of New York (do Instituto de Vestuário), sendo responsável por muitas exposições de moda e estilo no museu, como por exemplo, “The World of Balenciaga” (1973), “Hollywood Design” (1974), “The Glory of Russian Costume” (1976), e “Vanity Fair” (1977).

Respeitada e criticada, o fim da vida de Diana não teve nenhum glamour, terminou sem dinheiro, porque nunca se preocupou com o futuro. Passou os últimos meses na cama, praticamente cega. Sobre isso, rola um boato de que ela comentava com sarcasmo “Meus olhos se cansaram de ver coisas bonitas.” Faleceu em 1989.

E para acabar esse primeiro About… Algumas frases ditas: